sábado, 23 de agosto de 2008

NELSON EVORA - O menino de OURO e o renascer do sonho


Depois de muitos bracos se terem baixado e muitos comentarios surgirem devido ao proclamado fracasso da comitiva olimpica portuguesa, eis que o menino de Odivelas entra em accao e ensina a todos os desistentes que uma vez em competicao, e preciso perseverar e lutando ate ao ultimo instante, acreditar sempre na gloria final. Filho de Cabo Verdianos nascido na Costa do Marfim, Nelson Evora tem vindo nao so a provar as suas fantasticas qualidades fisicas e desportivas, mas tambem a forca da personalidade e o caracter de um grande Homem, um atleta de alto nivel que acredito ainda nos levara a partilhar grandes alegrias!

Condeno claramente a decisao do Presidente do Comite Olimpico, que anunciou publicamente a intencao de "desistir da corrida", por supor que a mesma estava perdida, ainda a meio das competicoes, cm muitos Portugueses em jogo e porque nao com grandes possibilidades de alcancar os lugares do podio.

Nelson nao se deixou abalar por este comunicado, e apesar de estar consciente dos infurtunios de alguns colegas como a Naide Gomes ou o Francis Obikwelu, manteve a atitude correcta para a alta competicao e acabou por demonstrar a sua grandeza desportiva e pessoal, arrecadando o tao desejado ouro na final do Triplo Salto. O convencido britanico Phillips Idowu terminou afogado na vaidade e na soberba que carregou consigo na bagagem e claramente desagradado com a prata prometeu "dar a volta" a Nelson Evora nos proximos jogos, os de Londres 2012. Veremos entao se a arrogancia de Idowu conseguira sobrepor-se as fantasticas qualidades de Evora! Ca para mim, Nelson tem ainda muito para nos mostrar e se continuar a "trilhar" as pistas da vida do modo como tem feito ate aqui sera certamente Rei e Senhor nas proximas Olimpiadas.

E O SONHO CONTINUA!!!

!!! So podia ser do GLorioso, Sport Lisboa e Benfica !!!

O menino de OURO





hummmm, tambem tem estilo fora das pistas de atletismo....

Nélson Évora teve de ver para crer

"Medalha de ouro. Assim que acordou foi confirmar os resultados da sua prova na Internet
Foi a primeira coisa que fez quando acordou. Só dormira uma hora e meia e estava bem mais cansado do que em Osaka, quando se sagrou campeão do mundo. Mas nem assim abdicou de um hábito antigo: conferir os resultados das suas provas no dia seguinte à competição. "Faço-o sempre e aqui voltei a fazê-lo, claro", disse ontem Nélson Évora ao DN. Em Pequim, como em Osaka, ligou-se à Internet e apreciou os resultados - 17,31 m; 17,56 m; nulo; 17,67 m... o número mágico que na véspera lhe valera o título de campeão olímpico do triplo salto.A medalha de ouro recebeu-a ontem, diante de um lotado "Ninho de Pássaro". Doze anos depois, um estádio olímpico voltou a escutar A Portuguesa. O hino embalou a bandeira nacional até ao topo do mais alto mastro e, ainda mais acima, o ecrã gigante mostrava um Nélson Évora sorridente. O sorriso só se desfez à passagem dos versos mais conhecidos, que o saltador mostrou saber de cor. Ao peito, uma medalha reluzente; nas mãos, um ramo de flores vermelhas com o destino já traçado: "São para a minha mãe." Assim que uma ovação de palmas assinalou o fim da cerimónia, o britânico Phillips Idowu saltou do pódio e avançou para a saída. Parou por breves instantes frente aos fotógrafos e desapareceu, mostrando que, além de arrogante, tem mau perder. "A frustração é culpa dele. Ele não respeitou os seus adversários. Pensava que tinha a medalha no bolso e agora ela está aqui nas minhas mãos", comentou Évora. É talvez a recordação menos boa que guardará de Pequim. Insignificante, quando comparada com tudo o que de bom aqui aconteceu. No pódio, ao contrário do dia anterior, conteve as lágrimas. "Preparei-me para aquele momento, por isso não chorei. Se fosse ontem, por exemplo, tinha sido muito mais difícil não chorar", reconheceu o saltador, que ontem ainda não tinha tido tempo para dar atenção ao telemóvel: "Continua desligado!" Abatido por uma noite atribulada de directos televisivos, conferências de imprensa, fotografias e felicitações, Nélson Évora despediu-se do "Ninho de Pássaro" com um só desejo: "Descansar, preciso de descansar. Olhem para mim, só dormi uma hora e meia. Quero apenas uma cama e dormir." Talvez ainda não sentisse a força da medalha que tinha ao peito, pois ela ainda lhe daria resistência para assistir às últimas provas de atletismo do dia e jantar com o treinador João Ganso. Amigos desde que o campeão olímpico era criança, atleta e técnico têm uma relação muito especial. Além da cumplicidade que lhes dá títulos nas pistas, Nélson Évora e João Ganso partilham a mesma orientação religiosa - a fé baha'i, que o saltador abraçou aos 15 anos, contra a vontade dos pais católicos. "É uma filosofia de vida e de valores, que transportamos para tudo aquilo em que acreditamos." O campeão olímpico diz que ainda não teve tempo para pensar na revolução que a medalha de ouro vai provocar na sua vida, mas confessa que, como sempre faz, já reflectiu sobre os principais momentos até chegar ao ouro. Um dos quais, ainda antes dos 20 anos, quando - acabado de sagrar-se duplo campeão europeu de juniores de salto em comprimento (7,83 m) e triplo salto (16,40 m) - rejeitou vários convites para ir treinar para os Estados Unidos. Ontem, como hoje, a família está primeiro e é para junto dela que Nélson Évora quer ir assim que puder. Para já, enquanto aguarda a ce- rimónia de encerramento dos JO, agendada para domingo, o atleta aproveitará para conhecer "os principais pontos turísticos de Pequim" e para fazer compras: "Adoro regatear e, apesar de não ter cá o meu parceiro de regateio, Marco Fortes, quero ir comprar umas coisas. Eu e ele comprámos aqui uns cartões de memória e já temos umas belas máquinas fotográficas e uns iPod's à conta da nossa estratégia do turista bom e turista mau."


RUI HORTELÃO Enviado do DN a Pequim (Diario de Noticias Online - 23.08.08)